segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

DIVIDIR APARTAMENTO COM HÉTEROS OU COM GAYS? QUAL A MELHOR OPÇÃO?


Ontem, um grande amigo gay fez a seguinte pergunta:


― Vincenzo, estou querendo dividir apartamento com alguém. Devo morar com um hetero ou com um gay? Qual a melhor opção?

Iniciamos um debate sobre os prós e contras. Relembramos histórias minhas e de outras pessoas que moraram com gays e outros que moraram com heteros e no final chegamos a coclusão de que há problemas nos dois casos, porém bem distintos um do outro.

Quando se divide apartamento com outro gay ou lésbica, a convivência pode ter seus problemas normais (som alto, festinhas inconvenientes, louça suja... o mesmo que se pode ter com heteros) porém nunca irão sofrer preconceito dentro de casa, ― poderão levar outros amigos gays ou namorados sem ver olhares de reprovação e preconceito.
Quando se divide apartamento com um hetero pode ser que ele não tenha nenhum preconceito, mas sempre terá um amigo ou amiga que não gosta de homossexuais e você terá que engolir aquela presença preconceituosa, pois afinal você divide o mesmo ambiente e ambos tem o direito de levar quem quiser.

Já morei três vezes com heterossexuais e duas vezes com outros gays. Posso afirmar que das três vezes que morei com heteros, somente uma vez foi agradável, ou melhor foi ótimo, pois a garota com que eu morava era um amor de pessoa e nunca admitiu que ninguém preconceituoso entrasse em nosso apartamente.
No entanto, as outras vezes foram horríveis e passei por maus momentos. Certa vez me pediram para não falar sobre os homens bonitos que passavam na televisão pois se sentiam desconfortáveis com a situação!!! E o pior é que este pedido veio com a seguinte observação: “Não temos nada contra gays, só não gostamos de ver um homem falando que outro homem é bonito”!!! Eu somente tinha comentado que o apresentador do programa que estávamos vendo era muito bonito e só!

Depois desta observação fui embora para outro apartamento, também com heterossexuais. Antes de fechar o contrato contei o que havia acontecido no outro apartamento e me garantiram que eles não tinham problema algum com gays. Inocente, eu acreditei!

Tudo estava bem, até que comecei a namorar. Quando apresentei meu namorado escutei a seguinte frase: “adoramos seu namorado, pois ele nem parece gay”! Engoli a seco a frase, fiquei calado e deixei o barco correr.

Uma semana depois meu namorado voltou ao apartamento. Todos foram agradáveis até o momento em que ele foi embora. Como dois namorados normais nos despedimos através de um “selinho”. Bastou este simples “selinho” para mais uma vez eu ser alvo de preconceito. Me falaram que não tinham problema algum com gays, somente não gostaram de termos dado um “selinho” pois eles estavam com outros amigos ali e seus amigos não se sentiram bem ao ver dois homens dando um “selinho”.

“Delicadamente” mandei todos tomarem “naquele lugar” e, a partir disto, decidi morar somente com gays ou lésbicas.
Não digo que morar com outros gays ou lésbicas é perfeito. Morar com outra pessoa é complicado, não importa a sexualidade ― faxina, organização, festas...tudo deve ser argumentado e combinado ― entretanto o que não admito é chegar em casa e ter que esconder minha orientação sexual por causa de pessoas preconceituosas.

Já basta o que passamos nas ruas onde podemos ser alvo de chacotas, surras e até a morte por um simples “selinho gay”.

por VINCENZO GONZAGA

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

RECOMENDAÇÃO DE LEITURA.


Esta semana, o escritor Warley Matias de Souza (foto) ― ganhador do prêmio João-de-barro 2008 ― presenteou-me com um exemplar de seu novo livro BENJAMIM & NICOLAU.
Leio muitos livros com temática homossexual, porém inúmeros passam desapercebidos pela minha cabeça por serem chatos e monótonos.
Alguns são tão chatos que acabo nem lembrando o título.
No entanto, este último livro de Warley Matias está MARAVILHOSO ― Bem redigido, personagens bem estruturados fazendo com que seja leitura gostosa.
Para quem gosta de romance gay recomendo este livro. VALE A PENA MEEEEEESMO!!!!
Sinopse:
“Na cidade de Santa Joana D'Arc, nascem Benjamin e Nicolau. É nessa cidade que eles vivem a infância e o início da adolescência. E é lá que descobrem um sentimento forte e natural; mas que causará problemas. Nicolau casa-se ainda na adolescência e torna-se pai de José. Mas a sua bissexualidade transforma seu casamento em um grande transtorno. Sua esposa, Joana, é uma alcoólatra. E seu filho é uma criança atormentada por pesadelos. Tudo se complica quando vem à tona o romance secreto entre Benjamin e Nicolau, culminando no fim do casamento; mas também no afastamento entre pai e filho. A vida é feita de escolhas. E, para cada uma delas, há que se pagar um preço.
Quem quiser adquirir um exemplar é só acessar: http://www.protexto.com.br/livro.php?livro=206

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

LÉSBICAS NO PODER


Recentemente A “LESPOWER” Johanna Sigurdardottir assumiu o cargo de chefe de governo sendo a primeira lésbica a assumir este posto na Islândia.


Com notícias assim é que vejo que o mundo está se tornando um lugar melhor para nós homossexuais vivermos.


Até 1995 ― somente 14 anos atrás ― a homossexualidade fazia parte do Código Internacional como portadores de transtornos sexuais e hoje estamos nos mais importantes cargos do mundo.

bom...o mundo está mudando...uma lésbica no governo da Islândia, um negro como Presidente dos EUA...o príncipe indiano saindo do closet...por isso que ainda acredito que o ser humano pode mudar para melhor e deixar preconceitos rídiculos de lado!!!
Só falta o Brasil mudar!




por VINCENZO GONZAGA

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

SOROPOSITIVOS: O QUE DIZER QUANDO A PESSOA QUE VOCÊ GOSTA DIZ QUE É HIV POSITIVO? E COMO CONTAR PARA A PESSOA QUE VOCÊ GOSTA QUE VOCÊ É HIV POSITIVO?

Nunca comentei sobre a AIDS aqui no blog, porém, esta semana, um internauta me contou sua história e então decidi escrever um pouco sobre o relato.

Ele se relacionou por dois meses com outro rapaz e com o passar do tempo os sentimentos vieram até nascer uma relação bonita e com indicações de que teriam um futuro juntos.

No entanto, em uma noite em que estavam sozinhos, o rapaz contou ao internauta que era soropositivo.
Pelo que me foi relatado esta revelação veio como uma bomba na relação dos dois e, consequentemente, os afastou .
Confesso que por muito tempo tive preconceito contra pessoas soropositivas. Eu nunca havia conhecido ninguém portador do vírus, então somente sabia o que lia e escutava, ou seja, coisas horríveis e isso me assustava.
Nunca vivenciei uma situação igual ao do internauta, porém já levei alguns sustos com conhecidos que eu nunca imaginaria que eram soropositivos.
Claro que, como sou extremamente curioso, sempre perguntei como eles viviam ― em detalhes ― e aos poucos fui deixando o meu preconceito ignorante de lado.
A partir do momento que fiz amizade com soropositivos parei de pensar sobre o que eu e outras pessoas que não tem este vírus pensam e comecei a pensar no que os soropositivos pensam.
Fico muito indignado e bravo quando falam dos soropositivos como se fossem pessoas más, promíscuas e desmerecedoras de respeito.
Todos que conheço e que tem este vírus o contraíram de forma ingênua e infantil e bastou apenas UMA transa para isto acontecer.
Imaginem como deve ser difícil para um soropositivo contar a pessoa amada sobre o assunto. Medo de perder, medo de ser julgado de forma equivocada...
Quando alguém que você está se relacionando lhe conta a verdade não seja egoísta e saia correndo, ou faça julgamentos precipitados! Escute! Converse! E, depois de tudo, se você notar que não tem estrutura para manter uma relação com um soropositivo, termine a relação mas não é necessário haver um afastamento.
NÃO SE CONTRAI O VÍRUS ABRAÇANDO UM SOROPOSITIVO!
NÃO SE CONTRAI O VÍRUS CONVERSANDO COM UM SOROPOSITIVO!
NÃO SE CONTRAI O VÍRUS DANÇANDO COM UM SOROPOSITIVO!
NÃO SE CONTRAI O VÍRUS TENDO UM AMIGO SOROPOSITIVO!
Não quero dizer que soropositivos são merecedores de pena, mas sim de respeito!!!
Isso pode acontecer com todos nós. Sabemos que quem faz sexo sem preservativo está exposto ao vírus, porém a medicina nunca deixou muito claro sobre a possibilidade de contrair HIV/AIDS através do beijo e sexo oral, portanto, mesmo com todos os cuidados ainda assim podemos ser vítimas deste vírus.
Então, antes de julgar um soropositivo como promíscuo ou um ser maligno, pense nas palavras que coloquei acima.
Muitos conhecidos de baladas que vinham ― com um sorriso sarcástico ― me contar sobre algum soropositivo hoje são portadores e recebem os mesmos sorrisos que outrora distribuiam maudosamente mundo a fora.
Ainda não tenho opinião formada sobre se eu teria ou não um relacionamento com um soropositivo. E você?
Deixo abaixo algumas perguntas. Se não quiserem responder aqui no blog, ok! Mas respondam para si mesmos:
1) QUAL A REAÇÃO QUE VOCÊ TERIA AO ESCUTAR DA PESSOA AMADA: “SOU SOROPOSITIVO”?
2) E SE VOCÊ FOSSE SOROPOSITIVO? COMO REVELARIA ESTE FATO A PESSOA AMADA?

por VINCENZO GONZAGA