segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

DONO DE CASA E DONA DE CASA: QUEM DISSE QUE A FELICIDADE ESTÁ NO TRABALHO FORA DE CASA?


Por tempos as mulheres se restringiram a cuidar dos afazeres domésticos por falta de oportunidades e reconhecimento social.
Aos poucos elas foram mostrando ao mundo masculino que a coisa não era bem assim.

Lutaram, fizeram manifestações, sofreram, mas ao final de tudo começaram a vencer essa grande batalha, mesmo que em alguns pontos do mundo ainda haja este preconceito absurdo quanto às mulheres.
Dedicaram sua vida ao trabalho e aos afazeres domésticos, tornaram-se super-mulheres trabalhando em jornada dupla: em casa e fora de casa.


O número de mulheres que faleceram devido ao stress foi crescente desde a década de 80.


Algumas mulheres iniciaram um movimento de retorno ao lar, pois afinal mostraram a todos do que eram capazes e que eram iguais aos homens e viram que em alguns momentos é necessário haver uma pessoa em casa administrando-a, principalmente quando se há filhos.





Criou-se uma divisão entre as mulheres: as donas de casa, as totalmente profissionais, e as que trabalham em dupla jornada.
Com a mudança de paradigma feminino e a luta por direitos iguais fez com que fosse abordado o porquê que somente as mulheres deveriam ser donas de casa, pois se elas eram capazes de administrar um lar porque os homens não haveriam de administrar também?


Isto ocorreu e ocorre principalmente com casais em que as mulheres obtêm renda superior ao homem.
Sofrendo muito preconceito, estes homens ergueram as cabeças e adotaram este novo modelo de vida familiar e reconheceram em suas mulheres o pilar financeiro do lar.
Ainda há muito preconceito com este modelo familiar heterossexual. E no mundo homossexual? Há esse preconceito?


Há alguns anos conheci o casal Rui e Flávio que eram adeptos a este modelo familiar e aproveito aqui para contar a história dos dois.
Rui, arquiteto e professor famoso, conheceu Flávio na faculdade onde lecionava. Flávio, estudante de arquitetura e consequentemente aluno de Rui nutria uma paixão platônica por ele até que certo dia numa festa da universidade, após algumas cervejas, os dois se declararam e iniciaram o relacionamento.





O jovem estudante fazia parte de uma família simples e que não possuía meios de sustentar os estudos do filho e para conseguir chegar ao final do curso Flávio sempre trabalhou muito não havendo muito tempo para os estudos.
Rui mantinha em seu grupo de amizades pessoas da alta classe, diferente de Flávio que nunca havia convivido com pessoas ricas e bem sucedidas profissionalmente devido, tanto a idade, como a falta de oportunidade.


Rui nunca se importou em ajudar financeiramente o amado, porém sabia que seu grupo de amigos se incomodava com isto, pois afirmavam que Flávio o explorava (aquele velho preconceito besta por casa da diferença de idade).
Sabendo que o comentário não era verídico e que na relação o que havia realmente era o mais belo e puro amor, Rui convidou Flávio para morar em seu apartamento de luxo e ele aceitou.


Mesmo sendo ajudado financeiramente pelo namorado, Flávio continuou trabalhando em vários empregos e isso começou a afetar a relação pois ambos trabalhavam demais e por muito tempo.
Pelo fato de quase nunca encontrar Flavio em casa, Rui, sentindo-se carente de atenção, cai em tentação e trai seu companheiro.
Ao conversarem sobre o fatídico acontecimento ambos, chorando muito, lamentaram a falta de tempo para amarem-se e Rui propôs a Flavio que largasse a profissão e ficasse em casa.


Após muito tempo de conversa, Flávio, receoso, aceitou a proposta e Rui nunca admitiu nenhum comentário maldoso de seus amigos.
Rui garantiu alguns direitos a Flávio através de advogados com finalidade de nunca deixá-lo desamparado financeiramente.
Estão juntos há vinte anos e tem três filhos. Rui está aposentado e o casal cria seus filhos em plena paz e felicidade.


Rui nunca mais traiu Flavio.


Assim pergunto: o que vale mais? A opinião dos outros ou a felicidade do casal? Será que devemos nos preocupar com a visão que os demais possuem de um relacionamento?
Quando duas pessoas, não importando a sexualidade, se encontram, o que importa é qual o tipo de relacionamento deverão adotar para serem felizes. Cada família é responsável pelo que se passa debaixo de seu próprio teto.


Pois afinal, cada um guarda em si o próprio conceito de felicidade e para isto nem sempre a opinião alheia deve ser ouvida.

por VINCENZO GONZAGA








12 comentários:

Cris Medeiros disse...

Eu não nasci pra ser dona de casa... Não é por preconceito é que detesto esse trabalho doméstico, prefiro pagar alguém pra fazer...

Quanto a desnível financeiro em uma relação, já vivi os dois lados, tanto o homem tendo muito mais dinheiro, como agora com meu namorido que ganha bem menos que eu... Quando é a mulher que ganha menos tudo fica mais fácil socialmente falando, as pessoas aceitam, é uma maravilha, quando é o contrário, ou mesmo numa relação homossexual, a coisa não é tão fácil, sempre tem aquelas pessoas que ficam dizendo que fulano ou fulana está sendo explorada e eu não sou uma exceção nessa questão... Mas vou levando porque não vejo nenhuma exploração por parte do meu namorido, ele apenas ganha menos, mas o cenário pode mudar... Enfim... é complicado mas é viável...

Interessante a história de seus amigos!

Beijocas

João Roque disse...

Uma história diferente, mas que testemunha que em cada caso devem ser tomadas as decisões que ambos os membros do casal acordaram, sem ligar a preconceitos estranhos à sua vivência, pois só assim há entendimento e respeito.
Abraço.

AIRBORNE disse...

MARAVILHOSO!!!

Adorei o post e o relato!! Me faz crer ainda ke há possibilidade de relacionamento sério no mundo gay (apesar de ultimamente ser uma raridade)...

E concordo que cada relacionamento tem sua dinâmica, o casal deve tomar decisões baseando-se no que for melhor para eles, e não para quem está de fora... viva a felicidade!! :)

Daniel disse...

Vicenzo!!!!!!
Um ano novo muito bom para ti.
Quando vc vai mandar uma foto sua para colocar no Sem Bolso? Sim porque gostoso assim, e como sempre preciso de uma foto por dia, dava para usar na boa. Estou esperando!
Beijos de Londres
Daniel
www.sembolso.blogspot.com

Gustavo Miranda disse...

Olá! Muito legal conhecer esse espaço! Não conhecia aqui!
Um abraço!

Thiago de Assumpção disse...

nossa isso faz lembra aki em casa..
lavo e passo a roupa..
as vezes arrumo casa..
mas cozinhar nem pensa...
passo longe do fogão..

Math disse...

Amigo lindo...
Uma brincadeirinha de início de ano para vc relaxar...um meme para vc responder...vai no meu blog e dá uma olhada.
Beijos...te adoro.

Daniel disse...

Oi Vicenzo
Meu email: latin.cleaner@yahoo.com
Aguardando a foto!
:)

Mari disse...

Vi querido,
FELIZ 2009!!
Mais um post seu que arrasa! Tocando sempre na ferida dos homossexuais. é isso mesmo. Quer saber? Várias lésbicas têm preconceito com mulheres que gostam de cuidar da casa. Como uma regra: para ser lésbica tem que ser o oposto do estereótipo da mulherzinha hetero. Ser dona de casa, cuidar dos filhos?? Não!! Lésbica que é lésbica TEM QUE trabalhar fora!! Não pode se submeter a esse papel machista de que lugar de mulher é em casa e tem que ir pro mercado de trabalho competir e mostrar que é picuda!!
Besteira, Vi!
Besteira!
Ainda estamos nessa de combater esses estereótipos ao invés de pensar o quanto cada um pode e deve ser feliz a seu modo. Inclusive sendo um casal.
Manda beijos para Rui e Flávio e diz que a história deles é um exemplo!!
bjão!!

O amor e etc. disse...

Rapaz, arrazou no texto! As mulheres modernas realmente vivem nessse dilema, ou optam por suas carreiras ou por cuidar da prole em casa. Ainda há aquelas que se aventuram a essa vida dupla e tentam conciliar o tempo para os dois como podem. As mulheres realmente merecem prêmios por sua coragem e força de vontade. Minha mãe cuida de 4 homens, de uma jornada de trabalho e do lar, ela é mesmo uma vencedora como muitas por ai.
Eu não sei se conseguiria ser sustentado por um homem sem sentir o sabor de fracasso na minha boca. É.. eu sei! Mas eu não ligo para os casais que fazem isso, afinal de contas a vida é deles, mas eu só acho que não conseguiria viver dessa forma. Complicado isso.

André Mans disse...

eu seria um dono de casa bem feliz... e realmente há preconceito por todo lado... mundo que adoro ser atrasado

bjo em vc!

ps.
eu sempre leio mas nem sempre comento.

Fábrica de Música disse...

Mas além do preconceito masculino também tem o preconceito feminino. Muitas mulheres exageraram com essa coisa de "luta feminista", elas querem ter o mesmo direito dos homens mas não aceitam homens inferiores a elas.